terça-feira, 29 de maio de 2018

+ São Paísios o Atonita.

Os pais devem dedicar o máximo de tempo possível aos seus filhos, mesmo que isso seja em detrimento de seu trabalho e outros assuntos. E as mulheres em geral precisam levar uma vida simples para poder prestar atenção aos filhos quando eles precisam. 



+ São Paísios o Atonita.

+ Bem- aventurado Padre Serafim (Rose) de Platina

Hoje em dia, o principal ingrediente que falta [à harmonia entre as pessoas] é uma coisa que poderíamos chamar de desenvolvimento emocional da alma. Não é uma coisa exatamente espiritual, mas que frequentemente impede o desenvolvimento espiritual. A pessoa pode até achar que quer se dedicar à vida ascética e ao combate espiritual quando, na verdade, encontra-se num estado em que mal consegue expressar amizade e amor humano normais; se alguém diz: "Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? (I João 4,20) ".

Em algumas pessoas esse defeito manifesta-se de maneira extrema. Mas, enquanto tendência, é algo que está presente em todos nós, já que todos fomos criados e aculturados em uma atmosfera espiritual e emocional deteriorada.




+ Bem- aventurado Padre Serafim (Rose) de Platina 
(In: "His Life and Works", Saint Herman Press, Platina, EUA, 2003)

segunda-feira, 28 de maio de 2018

- São João Crisóstomo, Homilias sobre os Atos dos Apóstolos.



'E acontecerá que nos últimos dias, diz o Senhor Deus, derramarei do Meu Espírito sobre toda a carne: e vossos filhos e vossos filhas profetizarão, e vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos ”(Joel 2:28). 'E todos ficaram cheios do Espírito Santo'. Pois, para que o efeito não seja somente para assustar, pois é tanto “com o Espírito Santo, como com fogo”. E começou a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.

- São João Crisóstomo, Homilias sobre os Atos dos Apóstolos.

A Grande e Santa Festa do Pentecostes Domingo da Trindade 14 de maio -- Calendário Julianoez



No ciclo litúrgico anual da Igreja, o Pentecostes é o ''último e grande dia''. É a celebração da vinda do Espírito Santo como fim -- cumprimento e realização -- da história da salvação. Pela mesma razão, é também a celebração do início: é o ''nascimento'' da Igreja como presença do Espírito Santo entre nós, da nova vida em Cristo, da graça, conhecimento, adoção por Deus e da santidade. 

Este duplo significado e alegria nos é revelado, em primeiro lugar, pelo próprio nome da festa. Pentecostes significa 50 em grego, e no sagrado simbolismo numérico das Escrituras o número 50 simboliza tanto a plenitude dos tempos como também aquilo que está para além da temporalidade: o próprio Reino de Deus. 

Simboliza a plenitude do tempo por meio de seu primeiro componente: 49, que é a completude do 7 (7 x 7), que por sua vez é o número do tempo. E simboliza o que está além da temporalidade por seu segundo componente: 49 + 1, este último sendo o ''dia novo'', o ''dia sem anoitecer'' do Reino eterno de Deus. 

Com a descida do Espírito Santo sobre os discípulos de Cristo, o tempo da salvação, o trabalho divino de redenção se completa, todos os dons são outorgados: cabe a nós ''nos apropriarmos'' desses dons, para que sejamos partícipes e cidadãos do Reino de Cristo.

Padre Alexander Schmemann (1974)

Alguns, de modo errôneo, consideram o Pentecostes como ''o nascimento da Igreja''. Mas isso não é verdade, pois o ensinamento dos Santos Padres é de que a Igreja existia antes de todas as coisas. Na segunda visão do 'Pastor de Hermas' lemos, ''Agora irmãos, uma revelação me foi feita durante o sono por um jovem que excedia toda a beleza, e que me perguntou: ''Quem você pensa ser a anciã de quem você recebeu o livro?'' Respondi, ''A Sibila''. Ele disse, ''Você está errado, ela não é [a Sibila].'' Eu disse, ''Então quem ela é?''. Respondeu ele, ''A Igreja''. Perguntei, ''Por que então ela está idosa?''. Disse ele, ''Porque ela foi criada antes de todas as coisas; portanto ela é idosa, e por causa dela o mundo foi modelado''. 

São Gregório Teólogo também fala da ''Igreja de Cristo [...] antes de Cristo e depois de Cristo''. Santo Epifânio de Chipre escreve, ''A Igreja Católica, que existe antes dos tempos, se revela mais claramente na Encarnação de Cristo''. São João Damasceno observa, ''A Santa Igreja Católica de Deus, portanto, é a Assembléia dos Santos Padres, dos Patriarcas, Apóstolos, Evangelistas, e Mártires que existiram desde o princípio, a quem se juntaram todas as nações que acreditaram de acordo com ela''. Segundo São Gregório Teólogo, ''Os Profetas estabeleceram a Igreja, os Apóstolos a articularam e os Evangelistas a organizaram''. 

A Igreja existe desde a criação dos Anjos, pois os Anjos vieram à existência antes da criação do mundo, e eles se tornaram membros da Igreja. São Clemente, Bispo de Roma, afirmou em sua segunda epístola aos Coríntios que a Igreja ''foi criada antes do sol e da lua''; e um pouco depois, ''A Igreja não existe agora pela primeira vez, mas desde o início''. Aquilo que ocorreu em Pentecostes, portanto, foi a ordenação dos Apóstolos, o começo da pregação apostólica às nações, e a inauguração do sacerdócio do novo Israel. 

São Cirilo de Alexandria diz que ''Nosso Senhor Jesus Cristo a partir daí ordenou os instrutores e mestres do mundo e administradores dos divinos mistérios...revelando junto com a dignidade do apostolado a glória incomparável da autoridade que lhes foi dada....eles se tornaram aptos a iniciarem outros através do guiamento iluminado do Espírito Santo''. São Gregório Palamas disse, ''Agora, portanto...o Espírito Santo desceu...tornando os discípulos luminares celestiais...e a graça distribuída pelo Espírito Divino vem através da ordenação dos Apóstolos sobre seus sucessores''. E São Sofrônio, Bispo de Jerusalém, escreveu, ''Depois da visita do Consolador, os Apóstolos se tornaram Sumo Sacerdotes''. 

Assim, com o batismo do Espírito Santo que veio sobre os que estavam presentes na alta câmara os Apóstolos foram também apontados e elevados ao posto do sumo sacerdócio, de acordo com São João Crisóstomo. [...] A festa do Santo Pentecostes, portanto, determina o início do sacerdócio da graça, não o início da Igreja. A partir de então, os Apóstolos proclamaram as Boas Novas ''no campo e na cidade'', pregando e batizando e apontando pastores, transmitindo o sacerdócio àqueles que julgavam dignos do ministério, como São Clemente escreveu em sua primeira epístola aos coríntios.

+ Bem- aventurado Padre Serafim (Rose) de Platina

Hoje em dia, o principal ingrediente que falta [à harmonia entre as pessoas] é uma coisa que poderíamos chamar de desenvolvimento emocional da alma. Não é uma coisa exatamente espiritual, mas que frequentemente impede o desenvolvimento espiritual. A pessoa pode até achar que quer se dedicar à vida ascética e ao combate espiritual quando, na verdade, encontra-se num estado em que mal consegue expressar amizade e amor humano normais; se alguém diz: "Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? (I João 4,20) ".

Em algumas pessoas esse defeito manifesta-se de maneira extrema. Mas, enquanto tendência, é algo que está presente em todos nós, já que todos fomos criados e aculturados em uma atmosfera espiritual e emocional deteriorada.



+ Bem- aventurado Padre Serafim (Rose) de Platina 
(In: "His Life and Works", Saint Herman Press, Platina, EUA, 2003)

domingo, 27 de maio de 2018

SANTÍSSIMA TRINDADE

Primeira leitura

Da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios         2,1-16



            1Irmãos, quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mis­tério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. 2Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucifica­do. 3 Aliás, eu estive junto de vós, com fraqueza e receio, e muito tremor. 4Também a minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, 5para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria dos homens.

            6Entre os perfeitos nós falamos de sabedoria, não da sabedoria deste mundo, nem da sabedoria dos poderosos deste mundo, que, afinal, estão votados à destruição. 7Fala­mos, sim, da misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escon­dida, que, desde a eternidade, Deus destinou para nossa glória. 8Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria. Pois, se a tivessem conhecido, não teriam cruci­ficado o Senhor da glória. 9Mas, como está escrito, "o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu".

            10A nós Deus revelou esse mistério através do Espírito. Pois o Espírito esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus. 11Quem dentre os homens conhece o que se passa no homem senão o espírito do homem que está nele? Assim também, ninguém conhece o que existe em Deus, a não ser o Espírito de Deus. 12Nós não recebemos o espírito do mundo, mas recebemos o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos os dons da graça que Deus nos concedeu. 13Desses dons também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com a sabedoria aprendida do Espírito: assim, ajustamos uma linguagem espiritual às rea­lidades espirituais. 14O homem psíquico - o que fica no nível , de suas capacidades naturais - não aceita o que é do Espírito de Deus: pois isso lhe parece uma insensatez. Ele não é capaz de conhecer o que vem do Espírito, porque tudo isso só pode ser julgado com a ajuda do mesmo Espírito. 15Ao contrário, o homem espiritual - enriquecido com o dom do Espírito - julga tudo, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. 16Com efeito, quem conheceu o pensamento do Senhor, de maneira a poder aconselhá-lo? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.

Segunda leitura

Das Cartas de Santo Atanásio, bispo

(Ep. l ad Serapionem, 28-30: PG 26,594-595.599)         (Séc. IV)

Luz, esplendor e graça na Trindade e da Trindade.


        Não devemos perder de vista a tradição, a doutrina e a fé da Igreja católica, tal como o Senhor ensinou, tal como os apóstolos pregaram e os Santos Padres transmitiram. De fato, a tradição constitui o alicerce da Igreja, e todo aquele que dela se afasta deixa de ser cristão e não merece mais usar este nome.

        Ora, a nossa fé é esta: cremos na Trindade santa e perfeita, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo; nela não há mistura alguma de elemento estranho; não se compõe de Criador e criatura; mas toda ela é potência e força operativa; uma só é a sua natureza, uma só é a sua eficiência e ação. O Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo; e deste modo, se afirma a unidade da Santíssima Trindade. Por isso, proclama-se na Igreja um só Deus,que reina sobre tudo, age em tudo e permanece em todas as coisas (cf. Ef 4,6).Reina sobre tudo como Pai, princípio e origem; age em tudo, isto é, por meio do Verbo; e permanece em todas as coisas no Espírito Santo.

        São Paulo, escrevendo aos coríntios acerca dos dons espirituais, tudo refere a Deus Pai como princípio de todas as coisas, dizendo: Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos (lCor 12,4-6).

        Os dons que o Espírito distribui a cada um vêm do Pai por meio do Verbo. De fato, tudo o que é do Pai é do Filho; por conseguinte, as graças concedidas pelo Filho, no Espí­rito Santo, são dons do Pai. Igualmente, quando o Espírito está em nós, está em nós o Verbo, de quem recebemos o Espírito; e, como o Verbo, está também o Pai. Assim se cumpre o que diz a Escritura: Eu e o Pai viremos a ele e nele faremos a nossa morada (Jo 14,23). Pois onde está a luz, aí também está o esplendor da luz; e onde está o esplendor, aí também está a sua graça eficiente e esplendorosa.

        São Paulo nos ensina tudo isto na segunda Carta aos coríntios, com as seguintes palavras: A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós (2Cor 13,13). Com efeito, toda a graça que nos é dada em nome da Santíssima Trindade, vem do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Assim como toda a graça nos vem do Pai por meio do Filho, assim também não podemos receber nenhuma graça senão no Espírito Santo. Realmente, participantes do Espírito Santo, possuí­mos o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do mesmo Espírito.


sábado, 26 de maio de 2018

Do "Prólogo de Ohrid" de São Nicolau Velimirovic



Em um acampamento sarraceno [muçulmano] perguntaram a São Cirilo [o iluminador dos eslavos]: "Como podem os cristãos guerrearem e ao mesmo tempo manterem o mandamento de Cristo de orar a Deus por seus inimigos?" Para isso, São Cirilo respondeu: "Se dois mandamentos foram escritos em uma lei e dados ao homem para serem cumpridos, qual homem seria o melhor seguidor da lei?" Os sarracenos responderam: "Sem dúvida, aquele que cumpre ambos os mandamentos.' São Cirilo continuou: "Cristo nosso Deus nos mandou orar a Deus por aqueles que nos perseguem e até mesmo fazer o bem a eles, mas Ele também nos disse que 'Ninguém possui amor maior que este, que é um homem dar a vida pelos seus amigos' (Jo 15:13). É por isso que nós suportamos os insultos que os nossos inimigos lançam até nós individualmente e o motivo de orarmos a Deus por eles. No entanto, como uma sociedade, nós defendemos uns aos outros e damos nossas vidas, para que o inimigo não possa escravizar nossos irmãos, não possa escravizar suas almas com seus corpos, e não possam destruí-los tanto no corpo como na alma" 

Do "Prólogo de Ohrid" de São Nicolau Velimirovic

+ São Paísios o Atonita


Os pais devem dedicar o máximo de tempo possível aos seus filhos, mesmo que isso seja em detrimento de seu trabalho e outros assuntos. E as mulheres em geral precisam levar uma vida simples para poder prestar atenção aos filhos quando eles precisam. 

+ São Paísios o Atonita

Festa da Ascensão de Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo.



''A Terrível Ascensão...'' O estado de tremor e terror das hostes angélicas contemplando a Ascensão de Cristo.

E tremendo perguntam umas às outras, ''Que visão é essa? Um que tem aparência de homem ascende em corpo mais alto do que os Céus, como Deus.''

Assim, o ofício para a Festa da Ascensão retrata o mistério em linguagem poética. Do mesmo modo como no dia da Natividade de Cristo a terra ficou atônita ao contemplar Deus na carne, também agora os Céus tremem e clamam. ''O Senhor dos Exércitos, Que Reina sobre tudo, Que reinstituiu a Criação em sua ordem primeira -- Ele é o Rei da Glória''.

E os portões celestiais estão abertos: ''Abram, ó portões celestiais, e recebam Deus na carne''. É uma alusão aos Salmos 24:7 a 10, agora interpretados profeticamente: ''Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.''
São João Chrisóstomo disse, ''Agora os anjos receberam aquilo que tanto esperaram, os arcanjos viram aquilo de que estavam sedentos. Contemplaram nossa natureza brilhando no trono do Rei, reluzindo com glória e beleza eterna [...] Portanto eles desceram para ver a visão incomum e maravilhosa: o Homem aparecendo no Paraíso''
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Pe. George Florovsky

quinta-feira, 24 de maio de 2018

São João de Kronstadt

O mundo te coloca em dificuldades por todos os lados. Todas as coisas te traem; suas relações, amigos, aquisições, riquezas, prazeres sensoriais, seu próprio corpo; todos os elementos -- terra, água, fogo, ar, luz -- te enganam. Agarre-se, portanto, tão somente em Deus, ''em Quem não há mudança nem sombra de variação'' [Tiago 1:17], o Único que é Amor. 



São João de Kronstadt

Comemoração da Fundação e da Dedicação de Constantinopla11 de maio -- Calendário Juliano


No ano 324, o Santo Imperador Constantino decidiu que a capital imperial devia ser mais próxima das províncias orientais e possuir comunicação direta com o ocidente. Bizâncio preenchia os requisitos e em 08 de novembro daquele ano a nova capital foi consagrada.

A Tradição nos conta que o Imperador estava traçando as fronteiras da cidade com uma lança quando seus cortesãos ficaram estupefatos pela magnitude das dimensões da nova capital. ''Senhor, até onde vai continuar?'' Constantino respondeu, ''Devo continuar até aquele que vai diante de mim pare''. Eles entenderão então que o Imperador estava sendo guiado por um poder divino. Um anjo do Senhor liderava São Constantino enquanto ele traçava os limites da cidade.

A construção dos edifícios principais começou no ano seguinte, e os monumentos pagãos de Roma, Atenas, e outras cidades foram usados para embelezar a nova capital. A necessidade de uma nova cidade é parcialmente explicada pelas mudanças do governo, a invasão do Ocidente pelos germânicos, e os benefícios comerciais; mas a nova cidade seria também uma capital cristã.

Em 330, o trabalho progrediu de modo a ser possível a Constantino dedicar a nova capital. A dedicação tomou lugar no dia 11 de maio, seguida por quarenta dias de celebrações. A Constantinopla cristã foi colocada sob proteção da Toda Santa Theotokos. São Constantino foi o primeiro Imperador a se submeter voluntariamente a Cristo, e Constantinopla se tornou símbolo de um Império cristão que duraria por mil anos.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

7ª Quarta-feira da Páscoa


PÓS-FESTA DA PÁSCOA
23 de Maio de 2018 (CC) / 10 de Maio (CE)
Santo Isaías, profeta (Séc VIII a.C)
Modo 6

São Simão era natural de Caná da Galileia, conhecido pessoalmente do Senhor e de sua puríssima mãe, porque o povoado de Caná não estava muito distante de Nazaré. Quando Simão celebrou o seu casamento, convidou para a festa o Senhor, a sua imaculada mãe e os seus discípulos. Como havia terminado o vinho para os convidados, o Senhor transformou água em vinho (Jo 2:1-11). Impressionado por este milagre, o noivo passou a crer no Senhor Jesus Cristo como o verdadeiro Deus e, abandonando a celebração de suas bodas e a sua própria casa, O seguiu com fervor. Desde então recebeu o nome de o “Zelote” ou o “Zeloso”,pois, tamanho fervor e entusiasmo que, pelo amor a Cristo, deixou sua própria noiva desposando, em sua alma, o Noivo Celestial. É por isso que Simão foi considerado entre o grupo de discípulos de Cristo e dos Doze Apóstolos.

No dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos sob a forma de línguas de fogo, eles receberam o dom da palavra que lhes capacitou a pregar o Evangelho a todas as nações. Recebendo o Espírito Santo junto aos demais, Simão saiu a pregar em diversos lugares, passando pelo Egito, Mauritânia, Líbia, Numidia, Cirenia e Abjásia. Neste último, uma região localizada na costa nordeste do Mar Negro, ele iluminou com a fé em Cristo numerosos pagãos. Também esteve na Bretanha, onde converteu à luz do Evangelho muitos descrentes, tendo sido depois crucificado por idólatras. Esta é uma das mais antigas tradições, cuja principal autoridade é São Doroteo, Bispo Gaza (300 dC). São Nicéforo, Patriarca de Constantinopla, um respeitado historiador (758-829), também confirma a presença do Apóstolo em Bretanha. Outras tradições afirmam que o Apóstolo esteve na Pérsia, com São Judas, com quem foi martirizado. Outros ainda atestam que o zelote São Simão foi sepultado na cidade de Nicósia, perto de Zhiguencia. Os lugarejos indicam que este local está a uns 13 km de Sujumi, não muito distante da costa do Mar Negro. Mais tarde, uma igreja foi construída no local da morte do santo e a sua estrutura foi recuperada em 1875, graças ao fervor de um dos grandes duques da Rússia.

O Santo Apóstolo Simão, o Zelote, é comemorado em 10 de maio, não devendo ser confundido com São Simão Pedro, que também era um dos Doze Apóstolos, tão pouco com Simeão, parente consanguíneo do Senhor (Mt 13:55) que pertenceu ao grupo dos Setenta Apóstolos, segundo bispo de Jerusalém, sucessor do apóstolo Tiago. São Simão, o Zelote, é celebrado ainda em 30 de junho, juntamente com os demais Apóstolos (Sinaxe dos Santos Apóstolos).

terça-feira, 22 de maio de 2018

Santo profeta Isaías 09 de maio -- Calendário Juliano



Isaías viveu 700 anos antes de Cristo, e descendia de linhagem real. Seu pai, Amós, criou seu filho no temor a Deus e na Lei do Senhor. Tendo alcançado a idade adulta, o Profeta casou com uma piedosa profetisa e com ela veio a ter um filho de nome Jashub. 

Santo Isaías foi chamado ao serviço profético durante o reinado de Ozias, Rei de Judá, e assim o fez por sessenta anos, através dos dias dos monarcas Joatã, Acaz, Hezequias e Manassés. O início de seus serviços foram marcados pela visão de Querubins e Serafins, e suas profecias foram coletadas em um livro no qual denuncia os judeus por sua infidelidade ao Deus de seus pais, predizendo o cativeiro e o retorno do exílio durante os dias do Imperador Ciro, além da destruição e renovação do Templo de Jerusalém. 

Além disso, profetizou vários outros fatos para as nações que rodeavam então os judeus. Mas a mais importante das profecias de Santo Isaías concerne ao Messias, que nomeia como Deus e homem, Mestre de todas as nações, Fundador de um Reino de Paz e Amor. O profeta revelou o nascimento de Cristo de uma virgem, bem como seus sofrimentos pelos pecados do mundo, além de Sua ressurreição gloriosa. Por suas profecias messiânicas claras foi chamado de ''evangelista do velho testamento''. 

O Santo Profeta possuía o dom da taumaturgia, como ocorreu durante um cerco a Jerusalém, em que, por meio de suas orações, o povo escapou da sede por causa de uma fonte d'água surgida no monte Sião. Morreu como um mártir, tendo sido serrado por ordem do Rei Manassés. Foi enterrado em Siloã, mas suas relíquias foram depois transferidas para Constantinopla, por ordem do Santo Imperador Teodósio o Jovem, e instaladas na Igreja de São Lawrence de Blakhernai. No momento, sua cabeça é preservada no Monte Athos, no Mosteiro de Khilendaria.

+ São Pedro de Damasco



Se o propósito de um homem é, com toda a humildade, fixado em Deus e ele pacientemente suporta as provações que se apossam dele, Deus resolverá qualquer questão que o deixe perplexo...

+ São Pedro de Damasco

 Que Significa que Cristo Está Sentado à Direita do Pai?




Por São João Damasceno



Depois que Cristo ressuscitou dos mortos, Ele deixou de lado todas as Suas paixões, quero dizer, Sua corrupção, ou fome ou sede, sono ou cansaço ou algo parecido. Pois, embora Ele provasse o alimento depois da Ressurreição [Lucas 24:43], ainda assim Ele não o fez porque era uma lei de Sua natureza (porque Ele não sentia fome), mas no caminho da economia, para que Ele pudesse nos convencer da realidade da Ressurreição, e que era a própria e mesma carne que sofreu e ressuscitou. Mas Ele não deixou de lado nenhuma das divisões de Sua natureza, nem corpo, nem espírito, mas possui tanto o corpo quanto a alma inteligente e racional, volitiva e energética, e deste modo Ele se senta à direita do Pai, usando a Sua vontade tanto como Deus, como homem, em favor da nossa salvação, energizando em Sua capacidade divina para prover, manter e governar todas as coisas, e lembrando em Sua capacidade humana o tempo que Ele passou na terra, enquanto a todo tempo Ele vê e sabe que Ele é adorado por toda a criação racional. Pois Seu Espírito Santo sabe que Ele é um em substancia com Deus, o Verbo, e compartilha como Espírito de Deus e não simplesmente como Espírito, o culto concedido a Ele. Além disso, Sua ascensão da terra para o céu, e novamente, Sua descida do céu para a terra, são manifestações das energias de Seu corpo circunscrito. Pois Ele voltará a vós, da mesma maneira como O vistes ir para o céu (At 1:11).

Consideramos, além disso, que Cristo está sentado no corpo à direita de Deus Pai, mas não sustentamos que a mão direita do Pai seja um lugar real. Pois como poderia Ele, que é incircunciso, ter uma mão direita limitada por um lugar? As mãos direita e esquerda pertencem ao que está circunscrito. Mas entendemos que a mão direita do Pai é a glória e a honra da Divindade em que o Filho de Deus, que existia como Deus antes dos séculos, e é da mesma essência do Pai, e no final Se tornou carne, tem um assento no corpo, Sua carne, participando da glória. Pois Ele juntamente com Sua carne é adorado com uma adoração por toda a criação.

Retirado de “Exposição da Fé Ortodoxa” (Livro IV, cap.1-2).

segunda-feira, 21 de maio de 2018

+ Bispo Panteleimon (Shatov)


O único lugar que o homem moderno não gosta de visitar, é ele mesmo. Ele não pode ouvir o silêncio, não quer ouvir a voz de sua consciência. Mas, sem conhecer a si mesmo, você não pode conhecer a Deus. O homem moderno vive em um mundo sombrio de TV, mídia, internet, mas a maior realidade do mundo é a alma humana. Dentro de nós, podemos abrir o Reino dos Céus. Em nosso coração Deus quer nascer!

+ Bispo Panteleimon (Shatov)

21 de Maio de 2018 (CC) / 08 de Maio (CE)Santo Apóstolo e Evangelista João, o Teólogo.



Arsênio, o Grande; Arsênio, Trabalhador; Pímen, o Jejuador de Pechersk; Traslado das Santas Relíquias de Arsênio de Nóvgorod; Zósimas e Adriano de Volokolamsk;   Milagre da Mãe De Deus em Casiopia;  Comemoração da Emanação do Maná da Tumba de São João, o Teólogo. Modo 6 

São João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos Apóstolos. O Autor do Quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor, mesmo que leia superficialmente os seus escritos, percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas. João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à ação. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do Mistério Trinitário:

“No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus.”

Ele está entre os mais íntimos de Jesus e nas horas mais solenes de sua vida João está perto. Está a seu lado na hora da ceia, durante o processo, e único entre os Apóstolos, que assiste à Sua morte junto com Maria.

Mas, contrariamente a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João não era um homem fantasioso e delicado. Bastaria o apelido jocoso que o Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: “Filhos do trovão” para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até aparecendo intolerante e cáustico. No seu Evangelho designa a si mesmo simplesmente como “o discípulo a quem Jesus amava.” Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável amizade, podemos adivinhar uma certa analogia entre a alma do Filho do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só trazer a paz, mas, também, o fogo.

Após a ressurreição, João está quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na Epístola aos Gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas da Igreja. No Apocalipse, João diz que foi perseguido e degredado para a Ilha de Patmos “por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo”.

Conforme uma tradição unânime, ele viveu em Éfeso em companhia de Maria, e sob o Imperador Domiciano foi colocado dentro de uma caldeira com óleo a ferver, mas, saiu ileso e com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos voltou definitivamente para Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, resultando em três cartas, acolhidas entre os textos sagrados, assim como o Apocalipse e o Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império de Trajano (98-117), onde foi sepultado. 

domingo, 20 de maio de 2018

Comemoração da Aparição da Santa Cruz em Jerusalém em 351 07 de maio -- Calendário Juliano




Após o falecimento do primeiro Imperador cristão, São Constantino o Grande, o trono imperial foi ocupado por seu filho Constâncio, que se mostrava inclinado para a heresia ariana. Para reafirmar a Ortodoxia, o Senhor se manifestou em Jerusalém por meio de um sinal maravilhoso. 

No dia do Pentecostes, em 07 de maio de 351, na terceira hora, apareceu nos céus uma imagem da Cruz do Senhor, iluminada com uma luz indescritível e mais brilhante do que o sol. Todo o povo testemunhou a aparição e foi tomado de grande temor e deslumbramento. 

A aparição da Santa Cruz se iniciou sobre o Gólgota, e depois alcançou o Monte das Oliveiras. O Símbolo era permeado por todas as cores do arco-íris. Muitos, deixando o que estavam fazendo, saíram de suas casas para contemplar o milagre. A alegria e o contentamento, assim como o temor e o tremor, se estenderam por todas as ruas da cidade. 

O Santo Patriarca Cirilo [350-387] avisou o emissário do Imperador Constâncio sobre o milagre, e o pediu para retornar à fé Ortodoxa. Muitos dos judeus e gregos que testemunharam a aparição se converteram e foram batizados.

Fr. Basil (Vasile) Mihoc.



"Se observarmos o trabalho demoníaco ao nosso redor, podemos ver sua decepção, pois quer nos dar a impressão de que, de fato, não há necessidade de uma batalha espiritual. Muitas paixões são agora proclamadas como norma e não se deseja mais lutar contra elas! O inimigo esconde-se mas está em ação: “Escrevo-vos rapazes, porque vencestes o mal” diz São João, o apóstolo do amor. [...] A vida é uma coisa séria e envolve batalha contra o mal. Se você não está ciente dessa luta, você é a vítima do diabo."

Rev. Fr. Basil (Vasile) Mihoc.

+ S. Marcos, o Asceta,

Nós homens fazemos o que está ao alcance do nosso poder. E fazemo-lo segundo a medida da nossa vontade. Não nos esqueçamos, porém, de que é Deus que indica o caminho a seguir, de acordo com o que é justo e bom.



+ S. Marcos, o Asceta, "Duzentos textos sobre a lei espiritual", 71. (Pequena Filocalia. Paulinas, 2017, p. 174.)

7º Domingo da Páscoa


PÓS-FESTA DA ASCENÇÃO.

20 de Maio de 2018 (CC) / 07 de Maio (CE)
Domingo dos Santos Padres do PrimeiroConcílio Ecumênico; Aparição do Sinal da Cruz no Céu Sobre Jerusalém, no Reinado de Constâncio, Filho de Constantino; Cirilo, Arcebispo de Jerusalém; Mártir Acácio, Centurião da Capadócia; Nilo de Sora; Mártir Pacômio, Novo Mártir de Patmos. Modo 6

No sétimo domingo de Páscoa, comemoramos os Santos Padres do Primeiro Concílio Ecumênico.

A comemoração do Primeiro Concílio Ecumênico foi celebrada pela Igreja de Cristo desde os tempos antigos. O Senhor Jesus Cristo deixou para a Igreja uma grande promessa: "Eu edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16:18). Embora a Igreja de Cristo na Terra passe por difíceis lutas com o Inimigo da salvação, ela emergirá vitoriosa. Os santos mártires testemunharam a verdade das palavras do Salvador, suportando sofrimento e morte por confessar Cristo, mas a espada do perseguidor é quebrada pela Cruz de Cristo. 

A perseguição aos cristãos cessou durante o quarto século, mas as heresias surgiram dentro da própria Igreja. Uma das mais perniciosas dessas heresias era o arianismo. Ário, sacerdote de Alexandria, era um homem de imenso orgulho e ambição. Ao negar a natureza divina de Jesus Cristo e Sua igualdade com Deus, o Pai, Ário falsamente ensinou que o Salvador não é consubstancial ao Pai, mas é apenas um ser criado.

O ensino de Ário provocou grande tumulto na Igreja. A questão ariana provocou um conflito tão intenso, que o Imperador, Constantino, o Grande, viu que ela já ameaçava a paz interna do Império. Por isto convocou uma grande Assembleia, na qual se reuniria as Igrejas do mundo inteiro, a fim de dar uma solução definitiva à controvérsia ariana. Esta Assembleia Universal fora chamada de “Concílio Ecumênico”.
Em virtude da natureza católica da Igreja, um Concílio Ecumênico é a autoridade suprema da Igreja, e possui a competência para resolver questões importantes da vida da igreja. Um Concílio Ecumênico é composto pela Hierarquia da Igreja (Bispos, Presbíteros e Diáconos), e representantes de todas as Igrejas locais, de todas as terras do"oikumene" (isto é, de todo o mundo habitado).

O Primeiro Concílio Ecumênico foi realizado em Nicéa, na Ásia Menor em 325 dC; e contou com a participação de 318 Santos Padres (Bispos). Este Primeiro Concílio Ecumênico estabeleceu um padrão para todos os Concílios Ecumênicos posteriores. Além da questão do arianismo (que gerou a versão original do Credo Niceno), o Concílio estabeleceu um padrão universal para calcular a data da Páscoa - o Paskálion. De acordo com a Tradição, o Primeiro Concílio Ecumênico teve início em 20 de maio de 325 dC. No início do ano, já houvera um sínodo em Antioquia, presidido por São Ósios de Córdoba, que condenou o Arianismo. Ário negava a Divindade de Cristo. O raciocínio por ele desenvolvido era que, “se Jesus nasceu, então, houve tempo em que Ele não existia. Se Ele se tornou Deus, então houve tempo em que Ele não o Era”. O Concílio Ecumênico declarou que o ensino de Ário era uma heresia, inaceitável para a Igreja, e confirmou que Cristo é Deus. Ele é da mesma essência "homoousios" com Deus, o Pai.

Defensores Da Ortodoxia

Santo Atanásio, o Grande (297-373 dC)

Destemido campeão da Ortodoxia; passou dezesseis dos seus quarenta e cinco anos como Bispo de Alexandria, no exílio. É um dos Mestres mais profundos; e Pai da Igreja.

São Basílio, o Grande (330-379 dC)

Um líder natural e organizador. Falou e escreveu contra o Arianismo. Fundou hospitais, orfanatos, agências de assistência social; revisou e atualizou a Divina Liturgia; deu uma grande contribuição ao Monasticismo (oriental e ocidental). É um dos famosos Padres Capadócios (juntamente com São Gregório de Nissa, seu irmão mais novo e São Gregório de Nazianzo, o Teólogo, seu amigo íntimo). Os Capadócios, juntamente com Santo Atanásio, o Grande, estabeleceu o padrão para a formulação das doutrinas relacionadas com o Mistério da Santíssima Trindade. São Basílio o Grande, juntamente com São Gregório de Nazianzo (o Teólogo) e São João Crisóstomo são chamados os Três Hierarcas.

Os primitivos Padres Cristãos dividem-se em três categorias básicas: os Padres Apostólicos, os Padres da Igreja Pré-Nicenos e os Padres da Igreja Pós-Nicenos.

Os Padres da Igreja Apostólica, são os que foram contemporâneos aos Santos Apóstolos, e provavelmente foram ensinados por eles, seguindo a Tradição e ensinando os santos Apóstolos como seus sucessores diretos. Exemplos de Padres Apostólicos seriam: São Clemente e São Policarpo.

Os santos Padres antes da Nicéia são aqueles que vieram depois dos Padres Apostólicos e antes do Concílio Ecumênico de Nicéa em 325 dC. Pessoas como os santos Ireneu e Justino Mártir, são santos Padres Pré-Nicenos.

Os Santos Padres da Igreja pós-Nicena são homens notáveis como São Basílio, o Grande, Santo Atanásio, São Gregório, o Teólogo, São João Crisóstomo, São Jerônimo, Santo Eusébio e outros. 

A Igreja venera os Santos Padres dos Concílios Ecumênicos porque Cristo os estabeleceu como "luzes sobre a terra", guiando-nos à verdadeira Fé. "Adornada com o manto da verdade", a doutrina dos Padres, baseada na pregação dos Apóstolos, estabeleceu uma fé para a Igreja. Os Concílios Ecumênicos, são a mais alta autoridade na Igreja. Esses Consílios, guiados pela graça do Espírito Santo e aceitos pela Igreja, são infalíveis.

As definições conciliares do dogma da Igreja Ortodoxa têm a máxima autoridade, e tais definições sempre começam com a fórmula apostólica: "Pareceu bom ao Espírito Santo e a nós ..." (Atos 15:28). 


Atualidade dos Padres 

O ensinamento Ortodoxo dos santos Padres não é algo de uma era, quer seja "antiga" ou "moderna",transmitida em sucessão ininterrupta desde o tempo de Cristo e de Seus Santos Apóstolos até os dias atuais, porque nunca houve um tempo em que foi necessário descobrir um ensinamento patrístico "perdido". Houve grandes épocas patrísticas, como a época deslumbrante do século IV, e houve períodos de declínio na consciência patrística entre os cristãos Ortodoxos; mas, nunca houve, desde a própria fundação da Igreja de Cristo na terra, uma era na qual a Tradição Patrística não estivesse guiando a Igreja; não houve um só século sem os seus próprios Santos Padres.

Como Cristãos Ortodoxos devemos nos dirigir aos santos Padres da Igreja para nos tornarmos seus discípulos, para receber o ensinamento divino da vida verdadeira, a salvação da alma, mesmo sabendo que fazendo isso perderemos o favor deste mundo e nos tornaremos alijados dele. Veremos que os santos Padres são mais "contemporâneos", na medida em que falam diretamente à luta espiritual do Cristão Ortodoxo hoje, dando respostas às questões cruciais da vida e da morte. Os Santos Padres têm unicamente o objetivo de conduzir-nos, seus filhos espirituais, a Deus e Seu Reino Celestial, onde vamos caminhar e conversar com esses homens angélicos em alegria para sempre.

sábado, 19 de maio de 2018

+ S. Sérgio de Radonej, "Life", 32



Os cristãos ortodoxos devem permanecer firmes na Ortodoxia, preservar a mesma mentalidade e amor sem hipocrisia, guardar a pureza da alma e do corpo, rejeitar as intenções impuras e malignas, consumir comida e bebida moderadamente, e, acima e tudo, adornar a si mesmos com humildade, não negligenciar a hospitalidade, evitar contendas e não honrar e glorificar em nada a vida terrena, mas sim aguardar a recompensa de Deus: o gozo dos bens celestiais.

+ S. Sérgio de Radonej, "Life", 32

O Sabor Ortodoxo...

"O sabor Ortodoxo, o gosto Ortodoxo, é sentido, mas não está sujeito ao cálculo aritmético. A Ortodoxia é mostrada, não provada. É por isso que existe apenas uma maneira de entender a Ortodoxia: através da experiência Ortodoxa direta. . . Para tornar-se Ortodoxo, é necessário mergulhar de uma vez na própria raiz da Ortodoxia, para começar a viver de maneira Ortodoxa. Não há outro caminho."




Pavel Florensky

sexta-feira, 18 de maio de 2018

+ Ancião Gabriel Kutluushsky

Nós vivemos para glorificar a Deus e dar alegria às pessoas. A maior alegria que temos na vida é a alegria que damos a alguém. São João Crisóstomo disse sobre isso: a pessoa que se sacrifica por alguém, quanto mais pode sacrificar-se, é louvável, pois esse homem cai nos braços de Deus, adquirindo o Paraíso, e então os santos estarão esperando por ele nos Céus. 

+ Ancião Gabriel Kutluushsky


+ Monge Anatólio de Optina

Não tenha medo de nenhuma tristeza, doença, sofrimento ou qualquer provação. Tudo isso são visitas de Deus para seu bem.

+ Monge Anatólio de Optina


PÓS-FESTA DA ASCENSÃO 18 de Maio de 2018 (CC) / 05 de Maio (CE) Santa Irene de Tessalônica, Grande e Ilustre mártir (séc. I-II) Modo 5






A Santa e grande mártir Irene nasceu na cidade de Magedon, na Pérsia, durante o século I. Era filha do Rei pagão Licínio, e seus pais lhe deram o nome de Penélope. Já em sua juventude Irene aceitou a fé cristã, compreendendo a futilidade da vida pagã. Segundo a tradição, foi batizada pelo apóstolo São Timóteo, discípulo do Apóstolo São Paulo. Desejando dedicar sua vida de forma plena ao Senhor, Irene renunciou ao casamento. Ao conhecer mais profundamente a fé cristã, procurou convencer seus pais para que se convertessem ao cristianismo. O pai de Irene começou, a princípio, a ouvir as suas palavras com benevolência, mas logo ficou indignado com ela e, quando ela se negou a adorar os ídolos, ele a jogou sob as patas dos cavalos selvagens. Sem tocar a mártir, os cavalos se jogaram sobre o pai de Irene e o esmagaram até a morte. Quando, por suas orações, foi trazido de volta à vida, ele, sua família e mais de 3000 pessoas aderiram à fé cristã.

Depois disso, Santa Irene começou de forma determinada a profetizar sobre Jesus Cristo entre os povos da Macedônia, tendo sido, por causa disso,  submetida a frequentes sofrimentos e humilhações. Por ordem do Governador de Sedeka, Santa Irene foi jogada em um poço com víboras. Retirada com vida, mais tarde, finalmente foi amarrada a uma roda de moinho. Os sofrimentos da santa eram acompanhados por sinais miraculosos, atraindo muitas pessoas à fé em Cristo: As víboras não tocaram Irene; as serras não marcaram seu corpo; a roda de moinho parou de girar. O próprio carrasco, Vavodón, passou a crer em Jesus Cristo e foi batizado. No total, graças à Irene, cerca de 10 mil pagãos tornaram-se cristãos. Quando o Senhor predisse a Irene em que ela morreria, foi para uma caverna no interior de uma montanha perto da cidade de Éfeso, e a seu pedido a entrada foi fechada com pedras. No 4º dia seus conhecidos retornaram à gruta e não encontraram o corpo de Irene. Todos compreenderam que ela foi levada pelo Senhor ao céu. Na antiga Bizâncio a comemoração de Santa Irene era muito reverenciada. Em Constantinopla vários e emagníficos templos foram construídos em sua memória.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Festa da Divina Ascensão do Senhor



Atos 1:1-12:

1 Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo quanto Jesus começou a fazer e ensinar, 2 até o dia em que foi levado para cima, depois de haver dado mandamento, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; 3 aos quais também, depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus. 4 Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes. 5 Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias. 6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel? 7 Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade. 8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra. 9 Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. 10 Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, 11 os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir. 12 Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, que está perto de Jerusalém, à distância da jornada de um sábado.

Lucas 24:36-53:

36 Enquanto ainda falavam nisso, o próprio Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. 37 Mas eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. 38 Ele, porém, lhes disse: Por que estais perturbados? E por que surgem dúvidas em vossos corações? 39 Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho. 40 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41 Não acreditando eles ainda por causa da alegria, e estando admirados, perguntou-lhes Jesus: Tendes aqui alguma coisa que comer? 42 Então lhe deram um pedaço de peixe assado, 43 o qual ele tomou e comeu diante deles. 44 Depois lhe disse: São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. 45 Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; 46 e disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos; 47 e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. 48 Vós sois testemunhas destas coisas. 49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder. 50 Então os levou fora, até Betânia; e levantando as mãos, os abençoou. 51 E aconteceu que, enquanto os abençoava, apartou-se deles; e foi elevado ao céu. 52 E, depois de o adorarem, voltaram com grande júbilo para Jerusalém; 53 e estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus.

† † †



HOMILIA DA ASCENSÃO DE CRISTO 
Por Protopresbítero George Dion Dragas*



A Ascensão como o auge das Festas do Senhor:

Como brilhante e maravilhosa é esta festa! É o auge de todas as festas do Senhor, porque com ela o sagrado propósito da Encarnação do Indizível Verbo de Deus se conclui, conforme a Divina economia. Para que o Filho e Verbo de Deus feito homem, foi submetido a paixão, a morte, a ressurreição e a ascensão? Todos estes eventos aconteceram de modo que a natureza humana não permanecesse prostrada, mas se elevasse para o céu, para que se tornasse divinizada e glorificada, de acordo com o projeto original do Criador. Esta, então, era a finalidade para a qual o Filho de Deus se dignou a assumir em Sua Santíssima pessoa (hipóstase) a nossa natureza humana, que havia caído de sua condição original, a fim de renová-la com a sua crucificação e ressurreição e erguê-la para as alturas celestiais com sua gloriosa ascensão, apresentando-a a Deus, o Pai, como o troféu radiante de Sua vitória.

A Ascensão como o triunfo da natureza humana:

Na Ascensão de Cristo, Deus o Pai aceitou as primícias de nossa humanidade, e se agradou não só por causa da dignidade d’Aquele que a ofereceu, mas também pela pureza da oferta . Esta, então, é a vitória perfeita contra o pecado. Este é o triunfo da natureza humana. A natureza humana não poderia ter descido para um ponto mais baixo do que a que chegou após a queda de Adão, mas também não poderia ascender a um ponto mais alto do que aquele em que o novo (ou último) Adão a ergueu com sua ascensão!

A Ascensão que o benefício final oferecido por Deus ao homem:

O que a mente poderia apreender das dimensões reais deste evento? A natureza desamparada e frágil ser humano, a natureza que fugiu de Deus e foi exilada do paraíso, a natureza rasteira, miserável condenada e escravizada dos seres humanos torna-se hoje mais gloriosa do que a dos anjos, projetada para sentar-se com Cristo no seio do Pai, agora é adorada por toda a criação visível e invisível! Que linguagem há que possa louvar a magnitude desta celebração ou descrever dignamente a maravilha da beneficência de Deus aos seres humanos? Hoje, a desejada entrada no paraíso, a Jerusalém celeste, é aberta aos descendentes do exilado Adão. Hoje, a restauração do novo Israel na Terra Prometida é realizada.

A Ascensão como a vitória final de Cristo para o homem:

Hoje, no Monte das Oliveiras o Céu e a Terra se beijam e anjos e seres humanos estão unidos. Aqui, o coro dos Apóstolos cumprimenta seu doce Mestre com alegria em sua partida, e as Ordens dos Anjos saúdam o Rei dos Céus com alegria inefável. Aqui, o cativeiro, é levado cativo pelo Vencedor da morte com a sua ascensão às alturas, ou seja, as almas dos justos que foram redimidos, têm seus olhos em seu Redentor com sentimentos de euforia e alegria. Aqui também, a Sua Mãe, a Virgem pura, se despede do seu Filho amado, o Qual sobe ao Céu, onde Deus, o Pai acolhe o seu Filho unigênito e O faz sentar sentar à Sua direita. Aqui, no prestigioso Monte das Oliveiras, também nós somos chamados a elevar nossas mentes e nos tornarmos testemunhas oculares dos eventos grandes e maravilhosos que ocorreram, tendo como nosso guia Lucas, o teólogo, o único entre os Evangelistas a narrar – de forma breve, mas no melhor estilo das narrativas sacerdotais - a solene e gloriosa ascensão de nosso Senhor e Deus e Salvador Jesus Cristo.

Por que a Ascensão ter lugar 40 dias após e não imediatamente após a Ressurreição?

O Senhor da vida, rompeu os laços da morte por sua ressurreição e se reuniu com seus discípulos durante 40 dias;  ressurreição que se tornou para eles inconteste por meio de várias provas. Cristo não subiu ao céu no dia em que ressuscitou, porque um evento como esse teria levantado dúvidas e perguntas. Se ele tivesse feito isso, muitos dos incrédulos estariam em condições de projetar o argumento de que a ressurreição era mais um sonho de aspirações piedosas que facilmente surgem e desaparecem mais facilmente. Por este motivo, então, Cristo permaneceu por 40 dias sobre a terra, e apareceu aos seus discípulos várias vezes, mostrando-lhes as marcas de suas feridas, explicando-lhes as profecias que Ele cumpriu em sua vida e sofrimentos como homem, e até mesmo comeu com eles.


* O Protopresbítero George Dion Dragas é um proeminente mestre e escritor Ortodoxo da atualidade. Padre George ensina Patrística na Escola Ortodoxa Grega de Teologia Santa Cruz em Brookline, Massachusetts (EUA).


Na Igreja um Cristão aprende a verdade

Na Igreja um Cristão aprende a verdade e recebe santificação pela graça do Espírito Santo. No Santo Sacramento da Eucaristia, ele entra em real comunhão com Cristo, Filho Encarnado de Deus, e através Dele torna-se partícipe da Divina natureza. Nesta misteriosa comunhão com Deus o homem recebe poderosas forças espirituais, que o ajudam a crescer e melhorar espiritualmente. Perfeição moral é o objetivo de nossa vida: "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai Que está nos céus" (Mt. 5:48).


Pensamentos acerca do Reino de Deus ou a Igreja, do Bispo Alexander Mileant.


quarta-feira, 16 de maio de 2018

Apotegmas dos Padres do Deserto

"O verdadeiro Pai Teófilo, o Arcebispo, veio um dia a Scete. Os irmãos que estavam reunidos disseram a Pai Pambo, "fale algo ao arcebispo, de modo que ele fique edificado." O ancião disse a eles, "se ele não estiver edificado pelo meu silêncio, não ficará edificado pela minha fala.''






terça-feira, 15 de maio de 2018

+ Lições de um monastério: o casamento como martírio


“Saber que o casamento deve ajudar-se mutuamente a obter a salvação deve nos informar que o casamento será um campo de batalha. A última coisa que Satanás quer é que ganhemos a salvação, e assim como ele desempenhou o seu papel na quebra da comunhão que o primeiro casal teve, ele fará o melhor com cada um de nós. Nossas paixões pecaminosas tornam muito fácil cair como sua presa.

A única maneira de ter um casamento forte e duradouro é lutar pela santidade; individualmente e juntos como um casal e também como uma família. O casamento cristão é um chamado à morte e ao auto-esvaziamento - algo que só será realizado pela graça de Deus. A verdadeira crise do casamento é que os cristãos não entendem o grau de auto-sacrifício diário que é exigido deles quando são casados. Não há como escapar da cruz se você quer ser cristão, e o casamento cristão tem muitas cruzes ”.

+ São Teodoro o Grande Asceta.

Nossa primeira luta é esta: reduzir as paixões e conquistá-las completamente. Nossa segunda tarefa é adquirir as virtudes e não permitir que nossa alma esteja vazia e ociosa. O terceiro estágio da jornada espiritual é estar atento para preservar os frutos de nossas virtudes e nossos trabalhos.



+ São Teodoro o Grande Asceta.