Teodoro de Mopsuestia.
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Nascido c. 350, na Antioquia, Teodoro foi discípulo de Diadoro. Ordenado sacerdote em 383, foi consagrado bispo de Mopsuestia, na Cilícia, província Romana da Ásia Menor. Naquela cidade foi bispo de 392 até a sua morte em 428. Teve reputação de grande pesquisador, exegeta e Ortodoxo, tido como o maior mestre de Antioquia.
Foi condenado bem depois de sua morte. Esta condenação se deu no Concílio de Constantinopla, em 553, fundada num florilégio de extratos hostis e falsificados por seus opositores. Por este fato, com exceção de suas Catequeses Batismais e alguns fragmentos de exegese, suas obras desapareceram. Sabe-se que apoiou São Basílio de Cesareia na disputa contra os eunomianos, prolongado seu combate num tratado intitulado “Por São Basílio contra Eunômio”. Na controvérsia apolinarista, denunciou os erros de seu protagonista, Apolinário. No entanto foi “pelagianista” na definição do livre arbítrio e do pecado ancestral. Na sua Igreja, em Mopsuestia, acolheu Juliano de Eclane, que havia sido condenado pela Igreja.
Uma vez que foi considerado precursor de Nestório, juntamente com Diodoro de Tarso, recebeu a condenação nominal no concílio de Constantinopla.
Seu grande reconhecimento ocorre na Igreja nestoriana. Nela se conservam seus escritos em língua siríaca. Poucos textos foram conservados. Restaram fragmentos de sua obra doutrinal e exegética.
Sua particularidade na ciência exegética é a confrontação do texto bíblico a crítica textual. Analisa os textos a partir do hebraico e particularmente a partir das versões gregas. Sua preocupação se concentra na particularidades dos tempos e das figuras de estilo, assim, como na coerência das diversas proposições dos textos. Assim, corrige os textos, para aproximá-los, e depois estuda as circunstâncias da composição.
Sua doutrina trinitária é muito preciosa. Afirma que existe uma natureza divina revelada em três hipóstases: do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.
Na sua grande maioria, estudiosos não aceitam que ele seja o inspirador de Nestório. Este posicionamento é delicado, pois quase todas as suas obras se perderam. Além, disso, os fragmentos que restam são apresentados por partidários ou opositores. Como se não bastasse, nos foram legados apenas fragmentos traduzidos.
Embora a Escola de Antioquia fosse muito bem desenvolvida, os termos da doutrina como “natureza”, “hipóstase” e “pessoa” não tem uma definição desta limitações; conhecemos apenas a tradução, e os termos não são bem definidos.
Podemos ler que “dizemos que o Deus-Verbo se fez carne, para que compreendas que Ele é carne” Vale dizer, que ele afirma que o Cristo é o filho único de Deus, co-natural com o Pai, com integridade da humanidade. Destaca fortemente a humanidade do Verbo que se encarnou, assumindo um homem perfeito. Jesus não é apenas humano, nem apenas divino, mas até nos dois, igualmente humano e divino.
Destaca as duas naturezas, considerando a “unidade de pessoas indivisível”. Na sua concepção, a unidade das naturezas não afetiva uma mistura delas, mas a inabitação do Verbo divino no ser humano, como num Filho.
Recordamos ainda que Teodoro de Mopsuestia, na obra Catequeses Batismais, atribuí as figuras sacramentais os gestos extremamente visuais, como tipo. Está figuras sacramentais são sinais e símbolos das coisas invisíveis e inefáveis.
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