A presença do Espírito Santo permeia a narrativa, evidenciando a natureza divina dos eventos. Isabel e o bebê João Batista são preenchidos pelo Espírito, demonstrando a importância da
fé e da profecia.
A presença do Espírito Santo permeia a narrativa, evidenciando a natureza divina dos eventos. Isabel e o bebê João Batista são preenchidos pelo Espírito, demonstrando a importância da
Maria, escolhida para ser mãe do Messias, e Isabel, portadora do precursor João Batista, se unem em um momento singular. A saudação de Maria provoca o reconhecimento imediato de Isabel, demonstrando a ação do Espírito Santo e a fé inabalável de ambas.
Ouço falar da ressurreição e interrogo-me sobre o futuro dessa ressurreição. Com efeito, creio que estou destinado a ressuscitar, mas quero que me digam que tipo de ser serei. Preciso de saber se ressuscitarei noutro corpo, talvez subtil, isto é, aéreo, ou no corpo em que morrerei. Mas, se ressuscitar num corpo aéreo, já não serei eu a ressuscitar. Como pode haver verdadeira ressurreição se a minha carne não pode ser verdadeira carne? A razão sugere-nos claramente que, se não houver verdadeira carne, não haverá, obviamente, verdadeira ressurreição. Não, não temos o direito de falar de ressurreição enquanto aquilo que sucumbiu não ressuscitar.
Pois bem, Job bendito, dissipa o nevoeiro da nossa dúvida e, uma vez que, pela graça que te veio do Espírito Santo, começaste a falar-nos da esperança da ressurreição, mostra-nos claramente se é a nossa carne que vai realmente ressuscitar. O texto diz: «Voltarei a revestir-me da minha pele» (Jb 19,26). A expressão «a minha pele» elimina qualquer dúvida sobre o facto de se tratar de uma verdadeira ressurreição, pois mostra que, [...] na glória da ressurreição, o nosso corpo não será impalpável, mais subtil que o vento e o ar. Na glória da ressurreição, o nosso corpo será, sem dúvida, subtil, devido à manifestação do seu poder espiritual, mas será palpável, pela verdade da sua natureza.
Por isso, o nosso Redentor mostrou as mãos e o lado aos seus discípulos, que duvidavam da sua ressurreição, e propôs-lhes que Lhe tocassem os ossos e a carne: «Tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho».
São Gregório Magno (c. 540-604), papa.
Livro XIV, SC 212
"Entrarei na tua casa e adorarei no teu santo templo com temor de ti. Guia-me, ó Senhor, na tua justiça por causa dos meus inimigos; endireita o meu caminho diante de ti, para que com um coração puro eu possa te glorificar para sempre: um poder divino adorado em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Quando foi que o Senhor quis dar-Se a conhecer? «Ao partir o pão». Podemos ter a certeza de que, quando partimos o pão, reconhecemos o Senhor. Ele só quis ser reconhecido naquele momento por nossa causa, porque não já O veríamos em carne e osso, mas comeríamos a sua carne. Sejas quem fores, crente que não usas o nome de cristão em vão e que não vais à igreja por nada, tu, que escutas com temor e esperança a palavra de Deus, o teu conforto está na partilha do pão.
A ausência do Senhor não é uma ausência. Crê somente, e Aquele que não vês estará contigo. Quando Jesus lhes falava, os discípulos não tinham fé; e, porque não acreditavam que Ele tinha ressuscitado, não tinham esperança de voltar à vida. Tinham perdido a fé e tinham perdido a esperança. Caminhavam como mortos ao lado de um vivo; caminhavam como mortos ao lado da Vida. A Vida caminhava com eles, mas os seus corações ainda não tinham voltado à vida.
Se queres a vida, faz como eles, que acolheram o estrangeiro, e reconhecerás o Senhor. O Senhor parecia um viajante que ia para longe e eles souberam retê-lo: «Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante. Mas eles convenceram-no a ficar, dizendo: "Fica connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite"». Se queres reconhecer o Salvador, retém o estrangeiro: aquele que tinha sido perdido pela dúvida foi reencontrado com a hospitalidade. O Senhor fez-Se presente na partilha do pão.
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África).
Sermão 235; PL 38, 118-119
"porque os monges que, no decurso da semana, recitam menos do que o saltério com os cânticos costumeiros revelam ser por demais frouxo o serviço de sua devoção. 25. Pois lemos que os nossos santos Pais realizavam, corajosamente, em um só dia isso que oxalá nós indolentes, cumprimos no decorrer de toda uma semana"
(Regra de São Bento, 18 24-25)
O ícone é uma imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Mãe de Deus, dos santos, a ilustração de uma festa litúrgica. Ele é pintado segundo técnicas precisas e conforme certos “cânones” tradicionais destinados a lhes garantir autenticidade. Não se trata, pois, de um quadro qualquer sobre religião, de uma imagem piedosa aonde a realização seria deixada por conta da inspiração individual e submetida às “modas” ou aos estilos artísticos profanos. O critério não é a beleza — embora ela exista, evidentemente, mas a verdade.
Não se deve crer, entretanto, que as regras que regem a arte do ícone fazem dele algo monótono ou estereotipado. Longe disso. É suficiente comparar dois ícones que ilustram a mesma festa litúrgica pintados por iconógrafos da mesma época ou de períodos diferentes, para ver que eles são distintos entre si, embora representem uma mesma verdade. A fidelidade à tradição não é repetição, cópia, mas uma revelação sempre nova da vida interior da Igreja. O iconógrafo fala a língua de sua época e se exprime de seu próprio jeito nos moldes da tradição da Igreja.
Cristo, tendo demonstrado por palavras e obras que era verdadeiro Deus e Senhor do universo, ao dirigir-Se para Jerusalém dizia aos seus discípulos: Subimos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos gentios, aos pontífices e aos escribas, para ser escarnecido, flagelado e crucificado. Fazia, na verdade, estas afirmações em perfeita consonância com os vaticínios dos Profetas, que tinham anunciado de antemão a morte que Ele havia de sofrer em Jerusalém.
Ora, tendo a Sagrada Escritura profetizado, desde o princípio, a morte de Cristo com os sofrimentos que haviam de a preceder, predisse também o que sucedeu ao seu corpo depois da morte; e preanunciou que Aquele a quem isto aconteceu é Deus impassível e imortal. De outro modo, nunca Ele seria Deus, se nós, com os olhos postos na verdade da Encarnação, dela não pudéssemos deduzir, com inteira justiça, as razões de podermos confessar uma e outra coisa, ou seja, o seu sofrimento e impassibilidade e, ao mesmo tempo, a causa pela qual, sendo o Verbo de Deus, e, portanto, impassível, Se sujeitou à morte. É que doutra maneira o homem não podia ser salvo. Só Ele o sabia e aquele a quem o quis revelar: conhece, com efeito, tudo o que é do Pai, tal como o Espírito perscruta as profundezas dos mistérios divinos.
Era necessário, na verdade, que Cristo sofresse. A paixão não podia de modo algum evitar-se. Ele mesmo o afirmou ao chamar insensatos e lentos de coração os que ignoravam ser necessário que Cristo assim sofresse para entrar na sua glória. Com efeito, desceu à terra para salvação do seu povo, deixando aquela glória que tinha junto do Pai, antes da criação do mundo. Mas a salvação devia consumar-se por meio da morte do Autor da nossa vida, como ensina São Paulo: Ele é o Autor da vida, elevado à glória perfeita através dos sofrimentos.
Assim se vê como a glória do Unigénito, que por nossa causa tinha deixado por breve tempo, Lhe foi restituída, por meio da cruz, na carne que tinha assumido. É o que afirma São João no seu Evangelho ao indicar qual era aquela água de que falava o Salvador: Se alguém acredita em Mim, do seu interior brotarão rios de água viva. Referia-Se ao Espírito Santo que haviam de receber todos os que acreditassem n’Ele; ainda não tinha vindo o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado; e chama glória à morte na cruz. Por isso, quando o Senhor orava, antes de ser crucificado, pedia ao Pai que O glorificasse com aquela glória que tinha junto d’Ele, antes da criação do mundo.
Dos Sermões de Santo Anastásio de Antioquia | (Sermão 4, 1-2: PG 89, 1347-1349) (Sec. VI) |
Para aqueles que não sabem: durante a maior parte de sua existência, o Partenon foi uma Igreja Ortodoxa (do século 5 ao 15 dC). Foi dedicado à Mãe de Deus e nomeado Panagia Atheniotissa. Os verdadeiros gregos abandonaram totalmente os ídolos pagãos pelo Único Deus Verdadeiro da Ortodoxia. 🇬🇷☦️
E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;
Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
Atos 17:22,23
Prestai atenção, caríssimos: o mistério pascal é ao mesmo tempo novo e antigo, eterno e transitório, corruptível e incorruptível, mortal e imortal. É mistério antigo segundo a Lei, novo segundo a Palavra que se fez carne; transitório pela figura, eterno pela graça; corruptível pela imolação do cordeiro, incorruptível pela vida do Senhor; mortal pela sua sepultura na terra, imortal pela sua ressurreição dentre os mortos. A Lei, na verdade, é antiga, mas a Palavra é nova; a figura é transitória, mas a graça é eterna; o cordeiro é corruptível, mas o Senhor é incorruptível, ele que, imolado como cordeiro, ressuscitou como Deus.Na verdade, era como ovelha levada ao matadouro, e contudo não era ovelha; era como cordeiro silencioso (Is 53,7), e no entanto não era cordeiro. Porque a figura passou e apareceu a realidade perfeita: em lugar de um cordeiro, Deus; em vez de uma ovelha, o homem; no homem, porém, apareceu Cristo que tudo contém. Por conseguinte, a imolação da ovelha, a celebração da páscoa e a escritura da Lei tiveram a sua perfeita realização em Jesus Cristo; pois tudo o que acontecia na antiga Lei se referia a ele, e mais ainda na nova ordem, tudo converge para ele.Com efeito, a Lei fez-se Palavra e, de antiga, tornou-se nova (ambas oriundas de Sião e de Jerusalém); o preceito deu lugar à graça, a figura transformou-se em realidade, o cordeiro em Filho, a ovelha em homem e o homem em Deus. O Senhor, sendo Deus, fez-se homem e sofreu por aquele que sofria; foi encarcerado em lugar do prisioneiro, condenado em vez do criminoso e sepultado em vez do que jazia no sepulcro; ressuscitou dentre os mortos e clamou com voz poderosa: “Quem é que me condena? Que de mim se aproxime (Is 50,8). Eu libertei o condenado, dei vida ao morto, ressuscitei o que estava sepultado. Quem pode me contradizer? Eu sou Cristo, diz ele, que destruí a morte, triunfei do inimigo, calquei aos pés o inferno, prendi o violento e arrebatei o homem para as alturas dos céus. Eu, diz ele, sou Cristo.Vinde, pois, todas as nações da terra oprimidas pelo pecado e recebei o perdão. Eu sou o vosso perdão, vossa páscoa da salvação, o cordeiro por vós imolado, a água que vos purifica, a vossa vida, a vossa ressurreição, a vossa luz, a vossa salvação, o vosso rei. Eu vos conduzirei para as alturas, vos ressuscitarei e vos mostrarei o Pai que está nos céus; eu vos levantarei com a minha mão direita”.
Da Homilia sobre a Páscoa, de Melitão, bispo de Sardes, (Séc.II)
Em ti, ó Mãe, foi preservado com exatidão o que era conforme a imagem; pois tu tomastea cruz e seguiste a Cristo. Ao fazer isso, tu nos ensinastea desconsiderar a carne, pois ela passa; mas para cuidar da alma, já que ela é imortal. Portanto, ó Venerável Maria, o teu espírito se alegra com os Anjos.
«Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante dele». Abraçaram-no para que se cumprissem aquelas palavras: «Abraçá-lo-ei e já não o soltarei» (Cânt 3,4). As mulheres seriam fisicamente fracas, mas a sua coragem era viril. A abundância das águas não tinha força para apagar o seu amor, nem os rios podiam engoli-lo. Aquele que procuravam morrera, mas a sua esperança na ressurreição não se havia extinguido.
E o anjo dirige-se-lhes de novo: «Não temais» (Mt 28,5). Não digo este «não temais» aos soldados, mas a vós. A eles, deixai-os temer, para que, instruídos pela experiência, possam ser testemunhas e dizer: «Este era verdadeiramente o Filho de Deus» (Mt 27,54). Vós, pelo contrário, não deveis temer, porque «o amor perfeito expulsa o medo» (1Jo 4,18).
«Ide dizer aos seus discípulos que Ele ressuscitou» (Mt 28,7). Elas vão-se embora com um temor misturado com alegria. E não está também isso escrito? Sim: o salmo 2, que narra a Paixão de Cristo, diz o seguinte: «Servi o Senhor com temor e com tremor rendei-lhe homenagem» (Sl 2,11). «Alegrai-vos», porque o Senhor ressuscitou, mas «tremei», porque a terra tremeu e o anjo vos apareceu como um relâmpago.
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém.
Catequese batismal n.º 14, 13
Santa Maria do Egito viveu em meados do V século e começo do VI. A sua juventude não era nada promissora. Ela tinha somente 12 anos, quando saiu de sua casa em Alexandria, e ficando livre do controle dos pais, jovem e inexperiente como era se envolveu com a vida devassa. Não havia ninguém quem podia detê-la e tinha muitos sedutores e muitas tentações em volta dela. Assim, ela passou 17 anos nesta vida que leva à perdição, até que Deus misericordioso providenciou a sua penitencia. Aconteceu isto assim: Por força das circunstancias, Maria se juntou a um grupo de peregrinos, que estavam se dirigindo para a Terra Santa. Durante a viagem no navio, a Maria não parava de seduzir os romeiros e a pecar. Ao chegar a Jerusalém, ela se juntou a um grupo de pessoas que iam para a igreja de Ressurreição. Todos os homens entravam livremente na igreja, porém a Maria foi parada por uma mão invisível e não conseguia entrar de jeito algum. Aí ela compreendeu, que Deus não deixa entrar num lugar santo por causa da sua devassidão.
Ela ficou possuída de um grande temor e de um grande desejo de penitencia, e começou a pedir a Deus o perdão dos pecados, prometendo se regenerar. Ela viu logo na entrada o ícone de Nossa Senhora e começou a pedi-La interceder por ela perante Deus. Logo ela sentiu um grande alívio e entrou livremente na igreja. Chorando muito no Santo Sepulcro, ela saiu da igreja completamente transformada. Maria cumpriu a sua promessa de mudar a sua vida. Ela se retirou de Jerusalém para o deserto de Jordão e lá viveu quase meio século em solidão, rezando e jejuando. Assim, com estes atos de penitencia ela se livrou completamente de todo desejo pecaminoso e purificou o seu coração para que este se transformasse num templo do Espírito Santo. O ancião Zózimo, no mosteiro do Profeta João o Precursor, por providência de Deus, encontrou a santa Maria no deserto, quando esta já era uma anciã. Ele foi maravilhado com sua santidade e seu dom de prever as coisas. Uma vez ele viu Maria quando durante a oração ela se levantou acima da terra, levitando e, outra vez, quando ela atravessava o rio Jordão como uma terra firme. Na despedida do velho Zózimo, Maria pediu-lhe que ele voltasse dentro de um ano, para dar-lhe a comunhão. Zózimo voltou para o deserto conforme combinado e lhe deu a Santa Comunhão. Depois, após um ano voltando mais uma vez ele a encontrou morta. O velho Zózimo enterrou as santas relíquias lá mesmo no deserto e na sua tarefa lhe ajudou um leão, que com as suas garras cavou a cova para o sepultamento do corpo da justa. Santa Maria faleceu em 521. Assim, de uma grande pecadora, a santa Maria se transformou, com a ajuda de Deus, numa grande justa, numa das maiores santas e nos deixou um grande exemplo de penitencia. Ela é lembrada pela igreja em 1º de abril e no 5º domingo da Quaresma.
Muitas coisas foram preditas pelos profetas sobre o mistério da Páscoa, que é Cristo, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém (Gl 1,5). Ele desceu dos céus à terra para curar a enfermidade do homem; revestiu-se da nossa natureza no seio da Virgem e se fez homem; tomou sobre si os sofrimentos do homem enfermo num corpo sujeito ao sofrimento, e destruiu as paixões da carne; seu espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida.
Foi levado como cordeiro e morto como ovelha; libertou-nos das seduções do mundo, como outrora tirou os israelitas do Egito; salvou-nos da escravidão do demônio, como outrora fez sair Israel das mãos do faraó; marcou nossas almas com o sinal do seu Espírito e os nossos corpos com seu sangue.
Foi ele que venceu a morte e confundiu o demônio, como outrora Moisés ao faraó. Foi ele que destruiu a iniqüidade e condenou a injustiça à esterilidade, como Moisés ao Egito.
Foi ele que nos fez passar da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, da morte para a vida, da tirania para o reino sem fim, e fez de nós um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre. Ele é a Páscoa da nossa salvação.
Foi ele que tomou sobre si os sofrimentos de muitos: foi morto em Abel; amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de sua terra em Jacó; vendido em José; exposto em Moisés; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e ultrajado nos profetas.
Foi ele que se encarnou no seio da Virgem, foi suspenso na cruz, sepultado na terra e, ressuscitando dos mortos, subiu ao mais alto dos céus.
Foi ele o cordeiro que não abriu a boca, o cordeiro imolado, nascido de Maria, a bela ovelhinha; retirado do rebanho, foi levado ao matadouro, imolado à tarde e sepultado à noite; ao ser crucificado, não lhe quebraram osso algum, e ao ser sepultado, não experimentou a corrupção; mas ressuscitando dos mortos, ressuscitou também a humanidade das profundezas do sepulcro.
Da Homilia sobre a Páscoa, de Melitão de Sardes, bispo (Séc.II).
O monge Hilário, o Novo, Higúmeno do Mosteiro de Pelikition, desde a juventude dedicou-se ao serviço de Deus e passou muitos anos como eremita. Por causa de sua vida santa e imaculada, primeiro lhe foi concedida a dignidade de presbítero, e mais tarde ele foi feito higúmeno do mosteiro Pelikition (nas proximidades do Estreito de Dardanelos).
O monge Hilário recebeu do Senhor dons de perspicácia e maravilha. Pelo poder agraciado da oração ele trouxe chuva durante um período de seca, e como o Profeta Elias, ele separou as águas de um rio, livrou animais nocivos dos campos, encheu as redes de pescadores durante um tempo de pescaria sem sorte, e operou muitos outros milagres. Além disso, ele foi glorificado pelo dom de curar os doentes e expulsar os demônios. O monge padeceu no ano 754, na Quinta-feira Santa da Semana Santa, quando o militar mercenário, Lakhanodrakon - que para receber recompensa dos iconoclastas, caçava os veneradores dos Ícones, repentinamente atacou o mosteiro Pelikition, forçando sos monges a se dirigirem para a igreja no horário dos serviços divinos, interrompendo o serviço e jogando os Santos Presentes no chão. Quarenta e dois monges foram presos, acorrentados, despachados para o distrito de Edessa e assassinados. Os monges remanescentes sofreram horríveis mutilações, espancaram-nos, queimaram suas barbas com fogo, mancharam seus rostos com alcatrão e cortaram o nariz de alguns dos confessores. Durante o tempo desta atormentadora perseguição, o monge Hilário foi assassinado por causa de sua veneração aos ícones.
Como legado, o monge Hilário deixou obras espirituais, nas quais estão contidas diretrizes morais profundas sobre o ascetismo espiritual. O monge Joseph de Volotsk (comem. 9 de setembro e 18 de outubro) estava bem familiarizado com o trabalho do monge Hilarion, e em seus próprios trabalhos teológicos ele também expôs o significado do esforço monástico.
1Ao mestre de canto. Salmo de Davi,*
2.quando o profeta Natã foi encontrá-lo, após o pecado com Betsabé.
3.Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade.
4.Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado.
5.Eu reconheço a minha iniquidade, diante de mim está sempre o meu pecado.
6.Só contra vós pequei, o que é mau fiz diante de vós. Vossa sentença assim se manifesta justa, e reto o vosso julgamento.*
7.Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado.
8.Não obstante, amais a sinceridade de coração. Infundi-me, pois, a sabedoria no mais íntimo de mim.
9.Aspergi-me com um ramo de hissope e ficarei puro. Lavai-me e me tornarei mais branco do que a neve.*
10.Fazei-me ouvir uma palavra de gozo e de alegria, para que exultem os ossos que triturastes.
11.Dos meus pecados desviai os olhos, e minhas culpas todas apagai.
12.Ó meu Deus, criai em mim um coração puro, e renovai-me o espírito de firmeza.
13.De vossa face não me rejeiteis, e nem me priveis de vosso santo Espírito.
14.Restituí-me a alegria da salvação, e sustentai-me com uma vontade generosa.
15.Então, aos maus ensinarei vossos caminhos, e voltarão a vós os pecadores.
16.Deus, ó Deus, meu salvador, livrai-me da pena desse sangue derramado, e a vossa misericórdia a minha língua exaltará.*
17.Senhor, abri meus lábios, a fim de que minha boca anuncie vossos louvores.
18.Vós não vos aplacais com sacrifícios rituais; e se eu vos ofertasse um sacrifício, não o aceitaríeis.
19.Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de desprezar.
20.Senhor, pela vossa bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruí os muros de Jerusalém.*
21.Então, aceitareis os sacrifícios prescritos, as oferendas e os holocaustos; e sobre vosso altar vítimas vos serão oferecidas.
Por isso, a oração deve ser breve e pura, a não ser que, por ventura, venha a prolongar-se por um afeto de inspiração da graça divina.
(Regra de São Bento, 20, 5).
(Arquimandrita Vasilios Bacoianis)
Escrevemos esta Regra para demonstrar que os que a observamos nos mosteiros, temos alguma honestidade de costumes ou algum início de vida monástica. Além disso, para aquele que se apressa para a perfeição da vida monástica, há as doutrinas dos Santos Padres, cuja observância conduz o homem ao cume da perfeição. Que página, com efeito, ou que palavra de autoridade divina no Antigo e no Novo Testamento não é uma norma retíssima da vida humana? Ou que livros dos Santos Padres Católicos ressoam outra coisa senão o que nos faça chegar, por caminho direto, ao nosso Criador? E também as Colações dos Padres, as Instituições e suas Vidas, e também a Regra de nosso santo Pai Basílio, que outra coisa são senão instrumentos das virtudes dos monges que vivem bem e são obedientes? Mas para nós, relaxados, que vivemos mal e somos negligentes, são o rubor da confusão. Tu, pois, quem quer que sejas, que te apressas para a pátria celeste, realiza com o auxílio de Cristo esta mínima Regra de iniciação aqui escrita e, então, por fim, chegarás, com a proteção de Deus, aos maiores cumes da doutrina e das virtudes de que falamos acima. Amém.
Santa Regra de São Bento capitulo 73.
Introduzir o homem na Igreja e fazê-lo digno de receber o Corpo e o Sangue de Cristo. É por isso que o Batismo se conecta com a divina Eucaristia.
A economia da salvação de Deus nosso Salvador consiste em levantar o homem da sua queda e fazê-lo voltar à intimidade divina, libertando-o da alienação a que o levara a desobediência. A vinda de Cristo segundo a carne, o exemplo da sua vida evangélica, a paixão, a cruz, a sepultura e a ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que ele, imitando a Cristo, recuperasse a primitiva adopção filial.
Portanto, para atingir a vida perfeita, é necessário seguir a Cristo, não apenas nos exemplos de mansidão, humildade e paciência que nos deu durante a sua vida, mas também na sua própria morte, como diz São Paulo, o imitador de Cristo: Assemelhando-me a Ele na sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos.
Mas como poderemos assemelhar-nos a Cristo na sua morte? Sepultando-nos com Ele pelo Baptismo. Em que consiste esta sepultura e qual é o fruto desta imitação? Antes de mais, trata-se de cortar com a vida passada. Mas ninguém pode conseguir isto, se não renascer de novo, segundo a palavra do Senhor, porque o renascimento, como o nome indica, é o começo de uma vida nova. Por isso, antes de começar esta vida nova, é necessário pôr fim à antiga. Assim como no estádio, aqueles que chegam ao fim da primeira parte da corrida costumam ter uma pequena pausa e descanso antes de iniciar o regresso, do mesmo modo era necessário que nesta mudança de vida interviesse a morte, pondo fim ao passado para começar novo caminho.
E como podemos imitar a Cristo na sua descida à região dos mortos? Imitando pelo Baptismo a sepultura de Cristo. Porque o corpo dos baptizados fica de certo modo sepultado na água. Por isso o Baptismo simboliza a deposição das obras da carne, segundo as palavras do Apóstolo: Fostes circuncidados com uma circuncisão que não é feita pela mão dos homens, tendo-vos despojado do corpo mortal pela circuncisão de Cristo, sepultados com Ele no Batismo.
Ora o Baptismo purifica a alma das manchas que nela se acumularam por causa das tendências carnais, segundo o que está escrito: Lavai-me e ficarei mais branco do que a neve. Por isso reconhecemos um só Baptismo salvador, já que é uma só a morte que resgata o mundo e uma só a ressurreição dos mortos, das quais é figura o Batismo.
Do Livro de São Basílio Magno, bispo, sobre o Espírito Santo
(Cap. 15, 35: PG 32, 127-130) (Sec. IV)
Comandante Supremo Gabriel, tu és o glorioso intercessor e servo diante da Trindade todo-radiante, digna, todo-poderosa, infinita e impressionante. Reze sempre agora para que sejamos libertos de todas as tribulações e tormentos, para que possamos clamar a ti: “Alegra-te, proteção dos teus servos!”